29.8.07

é de manhã bem cedo
eu não quero sair de casa
está frio
quero café + anamariabraga
e jornalfolha
tem aula, tá rolando

28.8.07

exatamente três horas do que horas
iria mal na prova amanhã
levaria multa no semáforo
gostaria de continuar...
to go on
culpa das suas
tentei
mas acho que agora é o fim

25.8.07

clima ameno

gosto à tarde, das quatro até ficar escuro ou esfriar. é quando me afasto, pego meus papéis, sento sob as árvores. elas soltam folhas (das secas) que dançam até as letras e os cabelos.

o tempo (dos físicos) caminha enquanto tento decifrar todos os códigos em minhas mãos, engolir a infusão do copo (de plástico) e sentir a fraca e esporádica aragem que chega fazendo barulho (dos leves).

ouço folhas sendo estraçalhadas por calçados.

olho para um lado – meu deus! –, disfarço, olho para o outro e, pronto, vou-me embora.

24.8.07

no fim, ontem foi dia de ficar na faculdade até o mais tardar.

uma cerveja, uma banana, meus amigos e, no bolso, um texto xerocado — a esperança de conseguir lê-lo e resumi-lo para hoje.

hoje, falto na aula.

23.8.07

não tempo do padeiro

daqui dois meses, feist, björk, arctic monkeys, hot chip e muito mais! confira! aproveite!

daqui algumas horas, em ordem decrescente, quem sabe, show da orquestra, eu lecionando e filé de peixe ao molho de mostarda.

daqui um dia, dia de tudo. medo de que seja dia de nada, ou seja, dia de deitar no quarto de perfume.

temporalidades.

18.8.07

g.t.
I. les temps modernes. você na ponta de meus dedos: neo-vício dos tempos modernos. você escapando de meus dedos, aspirada de dedos adentrando minhas duas narinas – a melhor droga inventada até esta última sílaba. não alcohol, não bala, não canabis, não pó, mas você-narcótico, uma essência de fórmula secreta e nenhuma tecnologia válida. é aquela essência dos autores das noites solitárias de sábado, a que fica na curva entre o ombro e pescoço, a que mistura pele, colônia, shampoo e sabonete, a que só você e as pontas de meus dedos têm.

14.8.07

jujubas multicolores

é um pensamento que me conforta: é eu que invento. esqueço tudo de propp a greimas, lembro só de seus defeitos físicos – poucos – mas enough suficientes para que, ora, ora, não sejas esquecido, para que fiques, sabe, grudado feito música pop – digo pop-pop, nada de outros pops. mas tenho sérias desconfiaças de que talvez você seja uma música erudita com roupagem pop, porque você não me lembra foto de capa de cd + programa domingo legal + óculos modernosos + trl; eu-sei-lá, eu acho que você não lembra nada, só lembra o que eu invento, porque o que eu invento é o que eu quero ter + ser, no infinitivo mesmo; o que invento é o que se vira aqui dentro da barriga, dentro do quarto escuro, enquanto penso/penso/penso, ouço feist e fico bebendo uma garrafa inteira de um litro e meio d'água.

o melhor é se enfiar numa dessas garrafas plásticas cheias e sair rolando por aí; talvez rua 13 de maio. e então jujubas, muffins, chicletes, marshmallow, pirulito, biscoito e assim por diante. just like joão & maria & a fonte de leite condensado.