13.1.09

hello sunshine (ou segredinhos)

alguém pediu que você tenha paciência com os enganos. não é fácil encontrar seu prédio num labirinto de ruas tão indígenas e européias que se encontram. esse alguém poderia até ligar do pão de açúcar e perguntar como-chego-aí, mesmo na terceira ida, mas então você perguntaria em-que-pão-de-açúcar. e desce em 5 minutos que eu tô chegando, e traz guarda-chuva que aqui já começou a chover.

alguém confessa que, no momento em que você colocou o cd do lcd soundsystem, quis escutar adele, apesar de você nem curtir tanto assim. alguém confessa que também nem curte lcd tando assim, mas que gosta de cantar 'são paulo i love you, but you're bringing me down' com o rádio desligado enquanto tenta se acalmar ao ler, procurando sua morada, nome de rua tão idiota que junta ministro e godói.

alguém pede desculpas por ter ficado tão bêbado na balada fashionista (promete que nunca beberá tantos mojitos assim), por ter quebrado sua segunda caneca favorita e por não ter resistido e comido a coxinha da ofner que seria de presente e - segredo - mero objeto de conquista após a descoberta sobre do que seu paladar se sustenta. eu vou pra casa, ressaca braba, onde eu deixei meu carro?

alguém assume que se acha ridículo por segredinhos, mas jura que com o tempo revelará todos eles. ou quase eles todos. um abraço, boa noite e até a próxima oportunidade.

JEL

E começava a 3ª semana. (Ainda) Aquele negócio de falta de intimidade. Carro na frente. Ele toca o interfone.

Ela disse: pode subir. O porteiro disse: pode subir.

Ele vestia a 2ª melhor camisa. A 1ª havia sido usada no 2º encontro (ou 1º oficial). Perfumado e asseado, ajeitou o cabelo no espelho do elevador.

A porta estava aberta. Ela disse: oi. Ele disse: oi. Ela disse: não quero mais.

*

Ele chegou em casa, tirou a camisa e a colocou para lavar. Ele nunca mais vestiu aquela camisa.

9.1.09

JML

Eu assisti ao sol descer de dentro do carro em movimento. Pensei: janeiro é isso. Ou talvez. Depois de subir e descer ruas, vi aquele restaurantezinho simpático. À moda da casa, li no cardápio. E esse foi o pedido ao garçom. Durante a espera, um pouco de Jânio de Freitas, uns goles em gelo, limão e gás. Olho para a mesa da frente, três: cabelos longos, óculos, barba. Lá dentro, voz conhecida e vinho. Ao lado, dentro também, simpatia. A rua escurecia com caminhada, carro, moto, cão. Veio frango, arroz e batatas coradas, comi quase tudo. Quando levantei, o vento era meio frio, nem parecia janeiro, como quase tudo.

inícios [2]

Foi um período de pré-estréias, diversões noturnas, algumas caminhadas. Pergunto se vida é isso ou aquilo. Pergunto o que é praia, férias, janeiro, telefone celular.

Depois daquela linha tem um rio. Foi avisado. Ou, pelo menos, achei que fosse. Aprender, sempre. Reaprender a escrever. Nova tarefa.

Esforço, suor e um pouco de ética.

2.1.09

inícios

o ano passado começou com 'a culpa é do Fidel'. não lembro bem sobre o que eu pensava. a tarde era agradável, a Augusta estava quase cotidiana. até encontrei a menina com biscoito integral.

este ano começou com 'a bela Junie'. foi expresso, água, como quase sempre, e chuva, poça d'água. fui para a Augusta de propósito, e estava vazia, muito. queria sentir a mesma coisa que senti quando a moça me alertou do rato. mas foi nada.