29.6.09

domingo estranho

cheguei a perguntar a mitre por que eu estava no sim hoje. e não foi um rosto apenas - foram muitos. por mais que não existiu garganta e persistiu o olho, preocupei. não de mal, mas de estranhar e gostar. foi quando, num momento de pés não gelados como já, folheei as revistas - pingos de shoyu. mas que sabor bom, meu deus! fazia croc-croc na alga, e que peixe bem cortado! eu pensei que tudo poderia ser diferente, e a noite seria gostosa, de folhear mais revistas - dessa vez em casa, e com meia-luz. ah, mas que noite gostosa! fica mais que chá faz bem.

12.6.09

branco, escuro, retorno

aquilo foi de chegar e fechar os olhos. um estória extraordinária, quase. é quando você tenta se desligar do entorno e se entrega, mesmo que árduo.

o mais bonito, no entanto, é o a seguir, de abrir os olhos sem barulho algum e continuar estático em ontem. felicidade-mor, explosão.

e você fecha os olhos de novo, no outro, à noite. e vem macia e firme, cor uniforme, um toque - e fica.

o problema são os ruídos. muitos e mais, que me entortam da linha. e, ao mesmo tempo que tento apagar a palavra da esquerda, a da direita não escapa. fica perto, perto: nos planos.

2.6.09

línguas em línguas em línguas

meu rosto tá ardendo. por quê, ele pergunta. ela responde: porque não sou uma menina que se preze. como assim? ele me beijou e eu nem sei direito quem é - o último. e era uma barba que espetava, só a pontinha, roçava e agora arde. na hora foi bom. eu sei. mas pensei que fosse um pouco maior. foi, sim, mas esse era outro, um pouco maior, e um pouco salgada. mas por que não é uma que se preze? por isso, eu não vi o rosto, estava bêbada, estava meio escuro, com um copo de plástico e pinga, guaraná e gelo derretido, um monte de gelo derretido. uma garota que se preze não bebe pinga com guaraná, no máximo vodca com energético. uma garota que se preze não come um dogão desse inteiros, nojentos, cheios de ervilha e cheddar de mentira, por que você tem que ir toda vez nessa barraca? é perto de casa, oras, e você me deixa em casa. você volta de trem da próxima vez! nem no parque vou mais por causa desse sanduíche. meu, no intervalo da aula você vai atravessar a ponte e vir aqui que eu sei! ai, cala a boca, você não tá nem aí mesmo. porra, não entendi qual é o problema, você beija uns caras que nunca viu porque tem vontade, qual o problema? o problema é que eu não sou uma que se preze. meu, nem sei o que é prezar. você faz letras. eu queria que fosse mais bonito. eu também. eu não sei por que quando eles me vêm eu fico um pouco, dou beijinho e depois uma desculpa e vou embora. talvez porque não seja aquilo tudo, porque, se fosse aquilo tudo, não viria até aqui. neura. e, na última vez que era aquilo tudo, foi embora, bem explícito. vocês se viram depois que eu sei. sim, uma pra nunca mais. acho que é porque eu quero uma coisa que não tem. lars and the real girl.