20.8.09

pavilion

essa música é de molhar o olho, eu recomendaria. ouvi o carnaval todo, junto com sopa de legumes, crouton, abajur, novela das sete, notebook novo e o pensar em um só.

hoje, deu tanta vontade da música que esqueci de esquecer de olhar a foto perversa. quase começo dança por entre máquinas no instante em que os olhos cederam à estiagem.

estendo a mão para o ar na marginal pinheiros, a pé. saudações.

4.8.09

desde 2000

ainda há pouco a cheirei, e não é mais como antes, quando me apaixonei. ela já não tem o aroma de nove anos atrás, quando caí em amores, mas eu ainda gosto dela, e nem sei se o que me fez me apaixonar foi o cheiro dela ou ela. naquele tempo, não existia John Pizzarelli, Márcia ou Adriana, pelo menos para mim. e, para o mundo, no qual eu estou em, não havia bar Tubaína. existia, pelo menos, o restaurante Halin e a sorveteria Alaska, da vovó. e, claro, o chá de capim santo desidratado, em saquinho - e não deixa muito tempo na água para não amargar. já existia o aquecedor de água para chás em redações de revistas, mas não tão modernosaos como o visto nestes dias, e a saudade ou a vontade. e é de comer MM's de amendoim vendo filme B, filme A (mas não para mim) na sala escura, de não dar para escolher a cor do confeito, igual naquele filme de oito anos em que o doutor só comia os marrons porque não tinham corante - ah, eu duvido que não há corante marrom lá. e todos têm o mesmo gosto, a não ser um ou outro amendoim já ido. e o horário não era dos mais tardios, depois das 23h30 não tinha ônibus, igual àquela vez em que eu voltei de táxi após contemplar os prédios chiques e feios, mas bonitos para o momento. e eu sonhei no escuro do cinema na mão na mão no joelho no joelho, e qual lado seria melhor, esquerdo ou direito?, meu rosto para a esquerda, acho, e minha mão nos cabelos, mas sem olhar para ver se você está rindo na mesma hora que eu, porque, deuses, é tão clichê! mas eu olho e eu descubro que não sou o único que corre do clichê, mas, deuses, clichê é tão gostoso, confortável, de se sentir em casa. quando o filme era realmente A, começou com trufa, porque eu vi o casal da frente comendo, e logo depois procurei nas bancas de jornal, avenida Paulista, cursinho no dia seguinte, mas os confeitos se tornaram o bolo alemão, mas que bolo caro!, massa firme, frutas e frutos dentro, tão bom, enfiado no saco e comido arrancando pedaços no escuro. hoje sou adepto ao expresso e à água nas salas, amargo e insosso. reflexos? tenho saudade do cheiro de baunilha dela, de nove anos atrás, o cheiro era bom, ficava na mala, no quarto, e agora só no nada.