sonhei que te vi na plateia, mil cabeças pra lá, e você estava a beleza assim. eu teimava em não virar a cabeça, mas era impossível não querer ver se você ria nas mesmas partes em que eu ou se chorava quando me dava vontade --e eu forçava para manter a pose.
depois do espetáculo, fui à pizzaria, mil bloco pra cá, e lembrei da primeira e exclusiva vez em que estivemos aqui. não houve outra, e me arrependo de não ter aproveitado todo segundo, porque, vez ou outra, eu precisei me levantar para ir ao banheiro ou falar ao celular.
após pausa de 4 horas, volto ao espetáculo e você está no assento ao lado do meu. minutos depois, a gente troca de lugar.
19.2.10
whigfield
Por
Saulo
às
04:27
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5.2.10
J espanhol
Você disse, com toda a pulsão dos tempos jovens: vem pra cá. E cá é de outro lado, não do outro lado, e leva algum tempo de deslocar, não propício a esta hora da manhã, enquanto todos estão acordando e nós, só nós, nem fomos dormir. Eu, como reprimo toda a pujança juvenil, digo que não, não dá, deixa pra amanhã, vamos postergar o máximo, colocar na gaveta, tirar de vez em quando – eu não entendo como funciona mesmo. Um dia eu conheço o apartamento na famosa praça, com outros prédios rodeando, mas hoje não posso, e amanhã não sei, vamos nos falando por telefone, pode ser? E lá me vem: mas aqui eu tenho o que você quer, e você tem o que eu quero, simples assim. Mas, se nenhuma das roupas serviram, por motivos diversos (odeio ‘diversos’ como esconderijo da verdade), você tem o que me vestir, e parece fácil assim. Comidinha da mamãe, comidinha da manhã, dois lados, e eu sempre querendo saber mais do que devia: desenterrar/enterrar/escrever/recortar/colar e as perguntas absurdas - respostas óbvias demais ou inexistentes demais. Eu juro que anotei o celular, amanhã te ligo. Não sei a hora, não sei a que hora vou acordar. E, então, você se vai como um desligar de ligação. Fica um bip bip bip e, depois, silêncio. Espera eu acordar, vou ser outra pessoa.
Por
Saulo
às
04:48
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