isso demorou vinte minutos para chegar até a casa, de madrugada, de carro, de inglês. não se pretende tomar banho esta noite, mesmo que, na manhã seguinte - ou tarde, que seja - a narrativa presente no cheiro do corpo traga más lembranças. um molho de chaves com méxico como protagonista diz muita coisa.
eu meio que experimentei um pouco mais na noite passada e bebi demais também e, voltando para casa, nos vinte minutos, pensei em um só objeto, ao qual sou nada entusiasta; sou, inclusive, crítico ao extremo, mesmo tentando ser quase nada. e vejo que é meu objeto da sorte, que me cruza na esquina sem gato preto, e com quem tenho que estar por sempre, porque os outros me contestam, e não por poder, mas por querer poder.
eu pensei, ou imaginei nos vinte, que por mais que eu experimente tudo que tenho vontade ou que precise, prove sabores, anote no meu bloquinho e depois critique, sempre vou gostar da mesma coisa, do prato de sempre, feito por mamãe, mesmo que sem gosto de friday i'm in love.
18.3.09
vinte
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Saulo
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23:53
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12.3.09
lá pra cá
depois que passaram as mulheres, três das quais com listras horizontais bicolores, comecei a ver tudo em listras. primeiro, as mais óbvias, como as quatro faixas com muitas faixas no asfalto, formando um quadrado. depois, o portão, os tijolos, as linhas nas paredes. refleti que não queria alguém com listras, mas essas coisas nem sempre se dá para escolher. no entanto, quando vem sem listras e de uma cor só é quando mais quero, só que mais querer não significa mais ser querido.
e foi na fila da padaria que eu pensei. não dá pra saber bem o porquê, tudo é dúvida, e dúvida não é pergunta. é claro que uma hora eu posso dizer 'calma aí' e perguntar, ser didático, até, mas prefiro dirigir até o córrego, girar na rotatória, olhar os prédios, adivinhar a janela. e sempre foi meio assim.
eu poderia fazer um relatório bem detalhado, anotar todos os pontos, grifar, algo assim, bem didático de novo, igual queria a fala, ou objetivo, de chegar e dizer, sem perguntar e ponto. e só. parece simples por cima, como tudo.
mas que gosto de trident. de hortelã.
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Saulo
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23:27
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6.3.09
mais de meia noite depois
agora, que tenho junto ao corpo os panos mais velhos que conseguiram sobreviver do fatídico destino dos chãos sujos e baldes de sabão, pondero que o fato de eu ter tomado um expresso à quase meia-noite não foi das ações mais inteligentes da história. eu não tenho sono agora e, pelo menos para me sentir mais próximo aos outros, gostaria de estar domindo neste exato momento em que meu indicador tecla o número 25. na mesa do café de madrugada, com espuma de chocolate, avelã e nomes de pintores, eu digo que não aguento mais trabalhar. não que não goste de, mas porque foi tão bom passar os dias sozinho de lavar a louça com chet baker. de conseguir chegar à vila mariana em 20 minutos, atravessar uma cidade, sentir chuva de carnaval. e esta noite eu ainda reflito, maldito expresso, porque não sei por que digo, faço, invento sentimento, reação, fala, e nem sei o que sinto. porque foi o dia todo assim, de não conseguir sentir.
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Saulo
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10:03
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4.3.09
bola de canhão
falhas só de fotos. um pelo que falta, dois pelos que faltam, três pelo que falta. de uma hora vem a outra e funciona assim, de mudar de repente.
não vejo imperfeições, só sorrisos. menos quando se afasta assim, de não dizer nada. mas gosto quando chega assim, de dizer e não dizer.
não é tão difícil, acredite.
e eu sei que também preciso acreditar, acredite.
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Saulo
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18:06
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leitão-reação-epitácio
casinha colorida, casinha colorida, daqui a pouco tudo isso vira prédio de cor só. piscina, churrasqueira & cia. bala, bombom, chocolate e siga bem, caminhoneiro. e caminhadas de domingo com celular. alô? oi, tô te esperando. a rua nem parece tanto de espera. e eu não quero que você pense que sou daqui; tô longe, muito longe.
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Saulo
às
18:04
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